Chiquim Figueiredo, apresentador do Almanaquim do Ar
O ano era 1964,
pouco depois de estourar o golpe militar, para uns a revolução redentora, que
viria redimir o Brasil. Em Teresina, o jornalista e radialista Francisco
Figueiredo de Mesquita apresentava o programa “Almaquim do Ar” na Rádio Clube.
Muita audiência, o que o tornava bastante popular. Um político em ascensão.
Viria a ser vereador e deputado estadual. Os militares ficaram de olho e
mandaram um grupo para conduzi-lo ao 25/BC. Chiquinho Figueiredo, como era mais
conhecido, estava na rádio naquela noite, produzido o programa que seria apresentado
na manhã seguinte, bem cedo. Com ele, Carlos Augusto de Araújo Lima, que
era pouco mais que um adolescente, ajudando na rádio escuta. Ouvia notícias de
outras emissoras, anotava e depois redigia. Chiquinho deu uma saída e foi
avisado. “Tem uns milicos aí te procurando” – disse alguém. Ele então deu um
jeito de sair de fininho. Num dos corredores, deu de cara com alguns
oficiais, que seguiam para a redação. “O senhor é Francisco Figueiredo?” –
perguntou deles. “Não, senhor, ai quem dera. Homem popular. Está lá dentro. É
um bem novinho.”E os militares continuaram e apreenderam Carlos Augusto de
Araújo Lima, que ficou furioso com o colega. Enquanto isso, Chiquinho do Povo
escapou por uma janela lateral do Colosso do Monte Castelo e conseguiu ficar a
salvo do oficialato até melhor oportunidade.
Mídias sociais
Não se faz mais
comunicadores como antigamente. Teresina teve uma geração de jornalistas que se
elegia apenas com a voz em defesa da comunidade. Hoje, com a abertura das
mídias sociais, todo mundo pode fazer a sua própria defesa, embora nem todos
possuam qualificação para tanto. Por isso, grande parte não se faça ouvir por
quem de direito. Este é o grande problema para a população em geral – e uma
solução excelente para as autoridades, também no geral.
Idiotas da
aldeia
Ante tal, basta
isolar os jornalistas e radialistas e estimular os chamados “idiotas da aldeia”
(como diria Umberto Eco) a ficarem teclando o dia inteiro nas mídias sociais
(facebook, whatsapp, twitter). Porque sabem que eles não serão ouvidos nunca,
nem que falem o dia inteiro, o ano inteiro. A essência da comunicação de massa
é exatamente a concentração e não a dispersão. A experiência está exatamente na
multidão.
Dispersar
multidões
A autoridade
policial quando quer dispersar uma grande manifestação simplesmente atira gás
lacrimogêneo. Com isso, força o indivíduo a correr destabanadamente e a
isolar-se do contexto geral da multidão, a voltar-se novamente para dentro de
si, enfim, a isolar-se. Com o isolamento, ele deixa de ser a multidão e volta a
ser uno.
Massa global
Com as redes
sociais, o indivíduo pensa que está interligado na massa global, mas não é o
que está acontecendo, por conta de um pequeno detalhe. A completa ausência do
contexto biológico – o distanciamento do elemento humano. Para sentir-se
próximo do outro, tocado por ele, motivado por ele, é preciso sentir-lhe o
feromônio. Sem isso, todos somos ausentes um do outro e, portanto, não nos
sentimos.
NOTÍCIAS BREVES
*** A empresa
Inove Construção Civil Ltda recebeu da secretaria de estado da educação em data
de 31 de deembro de 2016 a importância de 67 mil 419 reais e 26 centavos.
*** Diz respeito
aos serviços e reconstrução do telhado e duas salas onde funciona a oficina de
carteiras da seduc, antiga Unidade Escolar Odilon Nunes, em Teresina. O
contrato leva o nº 258/2016.
*** A mesma
seduc também pagou a empresa Beltech Construções e Instalações Ltda a quantia
de 959 mil 070 reais 06 centavos pela reforma e ampliação da Unidade Escolar
João Henrique , em Teresina. O pagamento do contrato de nº 247/2016 se deu em
31 de dezembro passado.
*** Foi assinado
em 7 de dezembro passado o contrato entre governo do estado e Erica Construção
Ltda, visando a construção do novo campus da universidade estadual do Piauí na
cidade de Oeiras (309 km de Teresina).
*** A obra está
orçada em 4 milhões 590 mil 094 reais 61 centavos. Em tempo: não tem prazo para
ser concluída. É provável, pois, que seja iniciada e que nunca seja encerrada.
Como muita coisa por aí afora.
*** A secretaria
do desenvolvimento rural contratou junto a empresa F. M. A. Comércio e
Distribuição Ferragens Ltda “equipamentos de piscicultura para cultivo em
sistema de tanques rede e tanque escavado, equipamentos de análise de água na
aquicultura beneficiamento, armazenamento e conservação de pescado,
equipamentos para vacinação e transporte de peixes.” Custou 365 mil reais.
Contrato firmado em 5 de dezembro de 2016 e resolvido na mesma data.
(Toni Rodrigues)
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