terça-feira, 25 de junho de 2019

Defesa de Lula e seguidores do garanhão de Garanhuns ignoram caminhão de provas no caso tríplex

A Polícia Federal apreendeu na casa de Lula, em São Bernardo do Campo, documentos sobre a aquisição de apartamento pelo ex-presidente e a ex-primeira-dama Marisa Letícia (morta em fevereiro de 2017, vítima de um AVC) no então Residencial Mar Cantábrico.

Um dos documentos é um termo de adesão e compromisso de participação, datado de 1 de abril de 2005 e assinado por Marisa Letícia para aquisição da unidade 141, com três quartos e preço estimado em R$ 195 mil. O papel é assinado também pelos representantes da Bancoop.



Também foi apreendido na casa de Lula um terceiro termo de adesão e compromisso de participação para aquisição de direitos sobre uma unidade residencial identificada como apartamento 174, no Edifício Navia, então um duplex, o mesmo apartamento que, com a transferência do empreendimento à OAS, se transformaria no apartamento triplex de nº 164-A. O documento, porém, não está assinado.



Ainda na casa de Lula, a PF apreendeu um documento com o título “Proposta de adesão sujeita à aprovação” assinado por Marisa Letícia em 12 de abril de 2005.



Em busca e apreensão na Bancoop, a PF também apreendeu um formulário intitulado “Proposta de adesão sujeita à aprovação” e assinado pela ex-primeira-dama.


– Peritos da Polícia Federal identificaram que ‘a numeração original aposta no campo APTO/CASA sofreu alteração por acréscimo denominada inserção, sem prévia alteração substrativa, isto é, os lançamentos anteriores não foram suprimidos’. Os investigadores concluíram que originalmente a proposta foi preenchida com o número 174 para identificação da unidade em aquisição, sendo em seguida sobreposto a ele o número 141.







A unidade 174 corresponde ao apartamento que, com a transferência do empreendimento à OAS, se transformaria no apartamento triplex 164-A. O relatório constatou que, no documento, havia a palavra ‘triplex’, que depois foi rasurada.

– Após a transferência do empreendimento pela Bancoop, os cooperados tinham 30 dias para celebrar novos contratos com a OAS para adquirir as unidades anteriormente designadas pela cooperativa ou para solicitar a devolução dos valores pagos, sob pena de eliminação do grupo e da Bancoop. A Lava Jato afirma que Lula ou Marisa Letícia não tomaram qualquer uma das providências.

– A OAS Empreendimentos vendeu o apartamento 141, Edifício Navia, do Empreendimento Mar Cantábrico, depois alterado para apartamento 131-A, Edifício Salinas, do Condomínio Solaris, em 5 de agosto de 2014. A aquisição foi proposta em 26 de abril de 2014 pelo preço de R$ 450 mil.

– A Lava Jato afirma que após o início das investigações, em novembro de 2015, houve um pedido, da família Lula, de desistência e requerimento de devolução dos valores pagos pela unidade 141 junto à Bancoop, sem efetiva devolução.

– A Polícia Federal fez uma perícia sobre os equipamentos de informática apreendidos na Bancoop. Entre os arquivos, consta relação das unidades do Mar Cantábrico e a situação deles em 9 de dezembro de 2008. Apesar da referência à Marisa Letícia como adquirente do apartamento 141, consta, em relação ao 174, que se trata de “vaga reservada”, a única unidade a encontrar tal anotação.

Na tabela de venda de apartamento no Condomínio Solaris com data de fevereiro de 2012, não está à venda o apartamento 164-A, do Edifício Salinas.

– Ao final do processo, a defesa de Léo Pinheiro apresentou e-mails trocados por Lucas Pithon Gordilho, empregado da OAS Empreendimentos, para o diretor Telmo Tonolli, da OAS Empreendimentos, e com cópia para Roberto Moreira Ferreira.

Laudo da Polícia Federal indicou que em 21 de agosto de 2014, houve troca de mensagens entre Léo Pinheiro e um executivo da OAS sobre a visita da família Lula ao tríplex.

A Polícia Federal apreendeu, em 14 de novembro de 2014, os aparelhos celulares de Léo Pinheiro e de Paulo Gordilho. Laudo da perícia encontrou mensagens trocadas entre os executivos e aponta referências às reformas do projeto da cozinha do sítio em Atibaia e do tríplex. Segundo a Lava Jato, “madame” é referência a Marisa Letícia Lula da Siva. “Fábio” é referência ao filho do casal. (Com informações do site Estadão, jornalista Júlia Affonso)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem-vindo e diga-me o que pensa.