quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Satélites: Operações da PF no Piauí expõem um governo podre e perseguidor


TENENTE CORONEL RONALD MOURA,
TAMBÉM CONHECIDO COMO BARACK OBAMA
Todas as denúncias que aparecem agora nas operações Topique e Satélites, eu as fiz em 2015 e 2016 no tocante aos procedimentos verificados na secretaria de estado da educação. E até mais, porque falei também sobre os possíveis desfalques e marmeladas na contratação de gráficas.

As operações realizadas pela polícia federal estão expondo verdadeiramente um governo podre e perseguidor. Um governador que mente de maneira desavergonhadamente ao tratar sobre transparência e ao mesmo tempo criticar a cobertura da imprensa sobre apreensão de documentos do seu governo.

Na verdade, a ação da imprensa é tão importante que pode ser usada inclusive contra a própria polícia federal caso realmente estivessem ocorrendo os excessos. Na prática, os excessos acontecem entre as quatro paredes e corredores dos prédios públicos do estado, sobremaneira em Karnak, que deveria ser um palácio de governo, mas que, segundo as ações policiais e do ministério público estadual e federal se transformaram num antro de corrupção.

JORNALISTA TONI RODRIGUES, AUTOR DAS
PRIMEIRAS DENÚNCIAS SOBRE O ESQUEMA
AS DENÚNCIAS DE 2015 E 2016

Mas, falemos sobre minhas denúncias acerca dos fatos ora expostos. Na época, recebi informações seguras de dentro da própria seduc mostrando a estranha movimentação e poder de pessoas como Pauliane Ribeiro Amorim e então major, hoje tenente coronel, Ronald Moura, também conhecido como Barack Obama da seduc.

Falava-se em muito dinheiro, poder e arrogância. Para que se tenha ideia, numa das mensagens que divulguei na Rádio Teresina FM Pauliane era apontada como detentora de patrimônio invejável e repentino.

Teria comprado, até mesmo, um prédio na avenida José dos Santos e Silva, estimado em aproximadamente R$ 1,5 milhão.

DIREÇÃO DA RÁDIO ME HOSTILIZA: ALINHAMENTO A CAMINHO

No mesmo dia, a diretora da rádio passou sem me cumprimentar e mais tarde me ligou pedindo uma reunião para me dizer que eu estava desrespeitando a primeira dama do estado, dona Rejane Dias, e que o coordenador de comunicação, João Rodrigues, tinha ligado para reclamar do meu comportamento.

Segundo a diretora, filha do dono da emissora, eu tinha que mudar meu comportamento.

Na hora eu não entendi que a rádio buscava um alinhamento com o governo marcado por tantas denúncias e condenações por atos de corrupção profundamente lesivos ao interesse público.

RISCO À MINHA INTEGRIDADE FÍSICA

O trabalho que eu vinha desenvolvendo na rádio ajudava a melhorar a transparência do governo e coibir novos atos de corrupção, muito embora eu estivesse correndo um grande risco.

Tamanho risco que certo dia, logo cedo, apareceu por lá um sujeito para falar comigo, justamente o major Ronald Moura, repito, hoje tenente coronel, muito simpático, falante, explicando que não era nada daquilo, que todas aquelas mensagens eram de opositores golpistas e que a primeira dama e o governador tinham todo o interesse em compor comigo.

Foram, na verdade, dois encontros. Nos dois, levei comigo para o café da manhã o senhor Chico Leal, que é jornalista e pode perfeitamente atestar minhas palavras. Como também confirmar o que eu disse ao senhor Moura, ou Barack Obama, como queira.

PROPOSTA INDECENTE E RESPOSTA DE PRONTO

Não tenho, nunca tive, interesse nenhum em compor com o governo do senhor Dias exatamente por conta de seu alinhamento com a sujeira da política e porque ele decepcionou profundamente a todas as pessoas que de forma consciente lhe deram aquele primeiro mandato, seguindo de maneira desavergonhada o caminho da ilegalidade administrativa.

Perdi meu emprego na rádio (mais um) e fui para minha campanha de reeleição à câmara municipal de Altos marcado pelo governo e pelo PT. No dia seguinte à minha saída, a emissora recebeu autoridade do governo, o senhor Francisco Limma, que era secretário de desenvolvimento rural.

Para mim, a falta de vergonha estava completa. Esse senhor tinha sido convidado várias vezes e condicionou sua presença na rádio à minha saída da bancada. O mesmo se pode dizer em relação ao governador fajuto e indígena paraguaio Wellington Dias.

AUSÊNCIA DO SENADOR AO DEBATE: O PT DE CALUNDU

O governador que era senador na época chegou a faltar num debate entre candidatos ao governo alegando que não aceitava ser entrevistado por mim. Mas quando me tiraram do ar foi o primeiro a se oferecer para ser entrevistado nos microfones da Teresina FM. O senador e o PT estavam de calundu comigo. Já haviam me afastado da TV Meio Norte anos atrás e não aceitavam de modo algum o sucesso do meu programa em emissora de rádio.

Graças ao bom Deus, isso é coisa do passado. Virei a página rapidamente. Tinha que seguir em frente. Fico triste apenas pelo fato de que minha luta contra a corrupção só tenha se voltado contra mim mesmo e que todos os atos por mim denunciados se confirmam agora nessa vibrante Operação Satélites da polícia federal, que é um desdobramento da Operação Topique, correspondente ao infame roubo de R$ 180 milhões em recursos destinados ao transporte dos estudantes pobres do Piauí.

De todo modo, #Avante.


@Toni Rodrigues_Além da Notícia

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