Manifestantes começam a
cercar ônibus lotado na altura da praça do Fripisa
diante dos olhares da imprensa
e da população
*** “Trânsito interrompido no fripisa, bandidos, vândalos
travestidos de estudantes , mascarados fazendo protesto. A grande maioria fica no fripisa o dia
todo enchendo os pulmões de maconha e vêm atrapalhar o direito dos
trabalhadores de ir e vir. Falta de taca. E vem dizer que está falando por mim,
bando de #%*. Em casa não ajuda a mãe a lavar um prato. Quebrando retrovisor de
carros particulares. E deixando as pessoas em pânico, reféns. Estudar
ninguém quer.”
Comento:
Em minha singela observação, está havendo muita distorção na
compreensão da realidade brasileira por parte da juventude. Talvez por ausência
de discussão prévia. Talvez por incitação calculada (em sala de aula ou não). Provavelmente
pela falta de espaços adequados para discussão política. No meu tempo de
estudante secundarista havia disciplinas que promoviam esse tipo de debate. Educação
Moral e Cívica, Organização Social e Política Brasileira. Hoje existe
Sociologia, Ciência Política etc. Mas os estudantes não querem nem saber. Pelo menos
em sua grande maioria. Se isolam do mundo para teclar (e se agredir) nas mídias
sociais. Os grêmios estudantis praticamente deixaram de existir. Quando se
convoca uma reunião para tratar sobre política, diz-se logo que todo político é
ladrão. Em suma: desvirtua-se o sentido da coisa. Quem falou em político?!
No ponto de ônibus, há trabalhadores e estudantes voltando
para casa, há também jornalistas que cobrem a movimentação contra o aumento
Veja, pois...
O que acontece? Quebradeira, bandalheira, ausência de
sintonia com a sociedade. Gente tirando proveito da força jovem. Hoje, cerca de
200 mil servidores estaduais e seus dependentes estão deixando de ser atendidos
nos hospitais e clínicas porque desde setembro passado o governo Wellington
Dias não paga o que deve. O montante da dívida representa nada menos que 14
milhões em média. Todos silenciam. Muitos destes manifestantes são
prejudicados. Seus pais são funcionários públicos estaduais. A maioria dos
jovens acha bonito ser de esquerda e sair por aí impedindo as pessoas de voltar
para casa depois de um cansativo dia de trabalho. Ignora que a esquerda que
acham que representam promoveu um rombo de 10 bilhões de reais na educação
brasileira – e eles nada disseram, nada fizeram, pelo contrário, foram as ruas
para brigar pela permanência deste mesmo governo.
Em pouco tempo, manifestantes dominam completamente o espaço, impedindo
o coletivo de seguir viagem; onde está a polícia? Autoridade não se faz presente para garantir a segurança do usuário em particular e da população em geral
Pelas imagens entende-se claramente que não se trata de um
movimento estudantil. Menos ainda de protesto da sociedade. Trata-se
objetivamente de uma coisa partidária, de um grupo bem pequeno, pode-se dizer
que eles podem até crescer em volume, mas para isso terão que mobilizar ainda
mais gente, juntar caminhões, tratores, transportar para o centro. Quem sabe o
que eles farão, do que serão capazes?!
E a polícia?
A segurança pública não pode continuar cruzando os braços
esperando a tragédia acontecer. Somos todos a favor de um transporte público de
qualidade. Não pode ser é de graça. O preço da passagem tem que ser de acordo
com a qualidade do serviço oferecido. Para tanto existe uma planilha, que foi
aberta há três anos, com a participação da prefeitura, ministério público,
diretório dos estudantes, usuários, empresários do setor etc. Não há que se
falar em caixa preta do sistema. Isso é discurso vencido. O que não pode mais é
camarada mascarado atear fogo em ônibus, colocando em risco a vida do povo,
tacar pedra e pau em prédio de partido e ficar tudo por isso mesmo. A polícia
vê, faz de conta que nada acontece e fica tudo por isso mesmo. Como se
estivesse lidando com os seus companheiros e como se aquilo fosse coisa de
militância. E se o governo fosse outro, e se a militância fosse outra? Sempre avante.
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