terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Uma alegoria espalhafatosa

Não existem encantadores de serpentes, pelo menos, não existem na vida real, a não ser na imaginação de alguns mistificadores da política. No Piauí, há montes de mistificadores, como se fossem aquele famoso mago, o Mister M. Mas vamos ao que de fato interessa. A serpente é na prática uma cobra, portanto o encantador de serpente pode ser chamado também de domador de cobras. Sendo assim, a alegoria é muito mal colocada quando se refere a uma autoridade política ou administrativa, sendo parlamentar ou governante, prefeito ou presidente da república, não importa, sinceramente, não pega bem. Na bíblia sagrada, a cobra é a representação do demônio, pode ver, está escrito no livro do gênesis e também no novo testamento. Eva estava perambulando lindamente nua pelo paraíso quando foi tentada pela serpente, ops, desculpe, pela cobra, que lhe insinuou oferecer uma maçã ao varão do pedaço. Adão, é claro, ao comer aquela fruta tentadora não resistiu e, bem, não vou descer aos detalhes, afinal, todos sabem no que deu, crescei e multiplicai-nos. A cobra, quer dizer, o demônio, é culpada de tudo, deste modo, é ridículo comparar uma autoridade política ao diabo em pessoa. Nossa Senhora, Deus que me livre de tamanha a nos perseguir, deve ser por isso que não conseguimos sair do lugar e tudo que nos resta é essa propaganda que nos faz andar em círculos, como se estivéssemos perdidos na floresta. Tem um secretário que diz tratar-se de um círculo virtuoso, mas isso é balela, aquilo é mesmo um circulo vicioso.

Deuses estranhos

A lenda do domador de cobras surgiu na Índia, um país muito, muito estranho, onde eles tem um montão de deuses. Alguns destes deuses estranhos exigem sacrifícios humanos também complicados para as cobras, tipo pegar uma criancinha com idade entre oito e 12 anos, fazer uma grande festa para ela, alimentar durante um certo tempo e depois castrar o pobrezinho.

Bordéis indianos

Como não serve para mais nada, o bichinho é mandado para bordeis em Mumbai, Delhi, Chennai, Surat, Rajastão, dentre outras. Infelizmente, é isso mesmo que você está pensando, o encantador de serpentes vai fazer uso sexual do coitadinho, porque como castrado (ou capado) ele não terá mais nenhuma serventia na aldeia em que nasceu e será repudiado pelos familiares e conterrâneos.

República mafrense

Mas tornando a republica mafrense e ao nosso domador, o carinha é especialista em mudar a “regra do jogo” com o jogo em movimento (parece coisa de novela global, hein?!) – como era mesmo aquele gritinho? Lembrei... “vitória na guerra.” No novo testamento, Jesus Cristo passou 40 dias e 40 noites no deserto.

Mudança de rota

Adivinha quem tentou Nosso Senhor para que mudasse a rota em direção ao inferno? Ora, é claro, a serpente, a cobra. Não podia ser diferente. Ainda bem que não tinha por lá um encantador e muito menos um domador, porque caso contrário a história da humanidade... bem, os domadores de cobras aparecem em outro momento nessa parte da história bíblica.

“Pec da felicidade”

Na penúltima semana de 2016, os piauienses foram contemplados com a chamada “pec da felicidade” – para alguns pec da malvadeza e para outros nem tem nome. A principal providência da decuja foi sustar a realização de concursos públicos por nada menos que 10 anos. Isso mesmo. Nosso estado falimentar poderá contratar servidores, o que já vinha fazendo sem problemas nem fiscalização por meio da benfazeja terceirização, sem a realização do necessário concurso público. Ocorre que o concurso atribui direitos e, segundo os senhores políticos, engessa a engrenagem administrativa.

NOTÍCIAS BREVES

*** Um secretário de calvície reluzente disse que com o dinheiro decorrente da medida será possível construir escolas, hospitais e estradas.

*** O governo não constrói estradas nem mesmo com o dinheiro já existente, decorrente de empréstimos realizados em gestões anteriores.

*** Tanto que as estradas construídas se desfizeram antes mesmo do fim das próprias gestões em foram supostamente realizadas.

*** Quanto aos hospitais anunciados, não se sabe desde os anos 1970 de nenhum hospital público construído com recursos público do estado.

*** Para completar, até mesmo os salários do funcionalismo estão sendo pagos com recursos do governo federal, via convênios injetados na conta única.



*** O que nos resta, então, é apenas e tão somente dançar um tango argentino à la Carlos Gardel. Por Una Cabeza. Quem se habilita?!



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