sábado, 31 de dezembro de 2016

Corporações e seus anônimos

As cidades mudaram muito nos últimos meses. Tanto que as autoridades deixaram de ser representativas da população e se tornaram representantes de grandes corporações. Não atendem mais aos apelos e nem mesmo aos protestos indignados daqueles que residem na comunidade quando se sentem ofendidos por medidas inadequadas e adotadas na obscuridades dos salões refrigerados – antes na casa grande, enquanto a senzala apenas observa.

As corporações bancadas pelo capital estrangeiro sequer mandam seus executivos, eles já estão bem representados por aqueles que se dizem representantes do povo – mandatários regiamente eleitos com elevadas somas em dinheiro, tanto que são completamente anônimos para a grande maioria dos eleitores. Basta que você pergunte a qualquer dos indivíduos que em 2 de outubro foram as urnas escolher vereadores e prefeitos quem são aqueles que tomarão posse neste 1º de janeiro e a grande maioria vai dizer que não sabe o nome de metade das camaras legislativas, se bobear não saberão responder nem mesmo oitenta por cento dos integrantes do poder de vereância – que é o poder mais importante em qualquer município.

As grandes corporações pagam, em sua maioria, sim, porque existem exceções, muito embora estejam sendo banidas, porque todos sabem que no mundo futuro não haverá espaço para pequenas bondades, como tarifas sociais, programas de acalanto nem muito menos agrados para criancinhas pobres, gestantes carentes ou homens desempregados – tudo será pago de um jeito ou de outro: água, luz, telefone, a privatização anda a cavalo, como diriam os celtas antigos, ops, o castigo vem a cavalo.

Deste modo, de olho nos grandes negócios, paga-se antecipadamente por leis, licitações dirigidas, pareceres, indicações, projetos, maiorias em comissões técnicas, governantes que topam qualquer parada, secretários que nunca dizem não e parlamentares que ficam em silêncio o tempo todo e que o máximo de movimento que fazem é balançar a cabeça afirmativamente. As câmaras de anônimos seguem no esteio de um fenômeno que se repetirá de agora para frente.

Nunca mais teremos eleições domésticas nas cidades, com candidatos das próprias comunidades. Serão indivíduos importados, que chegarão de paraquedas, de uma para outra, vestindo fantasias de gente do bem, mas que ninguém sabe de quem se trata, e que farão muito bem o papel durante as campanhas, mas que logo depois sairao de cena e que jamais serão vistos em públicos novamente até que chegue a próxima campanha ou então quando se fizer necessário.



(Toni Rodrigues)

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Uma alegoria espalhafatosa

Não existem encantadores de serpentes, pelo menos, não existem na vida real, a não ser na imaginação de alguns mistificadores da política. No Piauí, há montes de mistificadores, como se fossem aquele famoso mago, o Mister M. Mas vamos ao que de fato interessa. A serpente é na prática uma cobra, portanto o encantador de serpente pode ser chamado também de domador de cobras. Sendo assim, a alegoria é muito mal colocada quando se refere a uma autoridade política ou administrativa, sendo parlamentar ou governante, prefeito ou presidente da república, não importa, sinceramente, não pega bem. Na bíblia sagrada, a cobra é a representação do demônio, pode ver, está escrito no livro do gênesis e também no novo testamento. Eva estava perambulando lindamente nua pelo paraíso quando foi tentada pela serpente, ops, desculpe, pela cobra, que lhe insinuou oferecer uma maçã ao varão do pedaço. Adão, é claro, ao comer aquela fruta tentadora não resistiu e, bem, não vou descer aos detalhes, afinal, todos sabem no que deu, crescei e multiplicai-nos. A cobra, quer dizer, o demônio, é culpada de tudo, deste modo, é ridículo comparar uma autoridade política ao diabo em pessoa. Nossa Senhora, Deus que me livre de tamanha a nos perseguir, deve ser por isso que não conseguimos sair do lugar e tudo que nos resta é essa propaganda que nos faz andar em círculos, como se estivéssemos perdidos na floresta. Tem um secretário que diz tratar-se de um círculo virtuoso, mas isso é balela, aquilo é mesmo um circulo vicioso.

Deuses estranhos

A lenda do domador de cobras surgiu na Índia, um país muito, muito estranho, onde eles tem um montão de deuses. Alguns destes deuses estranhos exigem sacrifícios humanos também complicados para as cobras, tipo pegar uma criancinha com idade entre oito e 12 anos, fazer uma grande festa para ela, alimentar durante um certo tempo e depois castrar o pobrezinho.

Bordéis indianos

Como não serve para mais nada, o bichinho é mandado para bordeis em Mumbai, Delhi, Chennai, Surat, Rajastão, dentre outras. Infelizmente, é isso mesmo que você está pensando, o encantador de serpentes vai fazer uso sexual do coitadinho, porque como castrado (ou capado) ele não terá mais nenhuma serventia na aldeia em que nasceu e será repudiado pelos familiares e conterrâneos.

República mafrense

Mas tornando a republica mafrense e ao nosso domador, o carinha é especialista em mudar a “regra do jogo” com o jogo em movimento (parece coisa de novela global, hein?!) – como era mesmo aquele gritinho? Lembrei... “vitória na guerra.” No novo testamento, Jesus Cristo passou 40 dias e 40 noites no deserto.

Mudança de rota

Adivinha quem tentou Nosso Senhor para que mudasse a rota em direção ao inferno? Ora, é claro, a serpente, a cobra. Não podia ser diferente. Ainda bem que não tinha por lá um encantador e muito menos um domador, porque caso contrário a história da humanidade... bem, os domadores de cobras aparecem em outro momento nessa parte da história bíblica.

“Pec da felicidade”

Na penúltima semana de 2016, os piauienses foram contemplados com a chamada “pec da felicidade” – para alguns pec da malvadeza e para outros nem tem nome. A principal providência da decuja foi sustar a realização de concursos públicos por nada menos que 10 anos. Isso mesmo. Nosso estado falimentar poderá contratar servidores, o que já vinha fazendo sem problemas nem fiscalização por meio da benfazeja terceirização, sem a realização do necessário concurso público. Ocorre que o concurso atribui direitos e, segundo os senhores políticos, engessa a engrenagem administrativa.

NOTÍCIAS BREVES

*** Um secretário de calvície reluzente disse que com o dinheiro decorrente da medida será possível construir escolas, hospitais e estradas.

*** O governo não constrói estradas nem mesmo com o dinheiro já existente, decorrente de empréstimos realizados em gestões anteriores.

*** Tanto que as estradas construídas se desfizeram antes mesmo do fim das próprias gestões em foram supostamente realizadas.

*** Quanto aos hospitais anunciados, não se sabe desde os anos 1970 de nenhum hospital público construído com recursos público do estado.

*** Para completar, até mesmo os salários do funcionalismo estão sendo pagos com recursos do governo federal, via convênios injetados na conta única.



*** O que nos resta, então, é apenas e tão somente dançar um tango argentino à la Carlos Gardel. Por Una Cabeza. Quem se habilita?!



segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Que música é essa, meu irmão, você pode me dizer?!!

Pouco resta a dizer sobre a péssima qualidade da música que se ouve atualmente. Mas é preciso fazer alguma coisa. Caso contrário, em pouco tempo não poderá mais sequer ser chamado de música. Ou poderá? Ouça nosso podcast.

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PEC dos gastos também é aprovada em segunda votação

Agora foi ainda mais rápido. A segunda votação não demorou nem dez minutinhos. A PEC dos gastos bateu recorde de eficiência e está tudo bem. O governo conseguiu 24 votos a favor, cinco ausências e uma abstenção.

Karnak marca pênalti na primeira votação da PEC. É golaço

Aprovada em primeira votação a PEC dos gastos do Piauí. O governador estava ausente e a coisa não funcionou muito bem. Com ele por aqui tudo se encaixou. A linguagem é outra. Percebem? Vamos agora para a segunda etapa do pênalti.

Polícia mata e prende bandidos envolvidos em assaltos a caixas eletrônicos em Teresina

Presos dois elementos envolvidos em assaltos a caixas eletrônicos em Teresina e outras cidades do Piauí e Maranhão. Mas dois foram mortos a tiros pela polícia do Piauí. Eles foram encontrados em sítio na estrada de José de Freitas. Com eles, um verdadeiro arsenal em armas e munições. Logicamente que não foram encontrados nem dinheiro nem informações, ainda, sobre a origem das armas, mas isso é apenas uma questão de tempo. O dinheiro também deve aparecer, trocado em miúdos.